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Glúten e Saúde Intestinal: Quando evitar é necessário
O que é o glúten?
O glúten é uma proteína complexa formada por um conjunto de proteínas insolúveis — prolaminas e gliadinas — presentes principalmente em cereais como o trigo, a cevada, o centeio e, ocasionalmente, na aveia. É um dos principais componentes da dieta da população, especialmente na região do Mediterrâneo, onde a ingestão diária média de glúten varia entre 10 e 20 gramas. Além dos alimentos, o glúten pode estar presente em suplementos alimentares e até em medicamentos.
Quando misturado com água, o glúten confere elasticidade e estrutura aos alimentos, como se observa nas massas de pão e pizza. As gliadinas contribuem para a viscosidade e extensibilidade da massa, enquanto as gluteninas são responsáveis pela sua coesão e elasticidade. Estas propriedades são amplamente exploradas pela indústria alimentar, que utiliza as proteínas do glúten como aglutinantes em diversos alimentos processados.
Ter sensibilidade ao glúten não celíaca é ser celíaco?
Já sentiu distensão abdominal após comer pão? Sofre de enxaquecas ou sente um cansaço inexplicável? Estes podem ser sinais de Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca (SGNC) — uma condição frequentemente conhecida como intolerância ao glúten.
A exposição ao glúten pode desencadear uma patologia autoimune conhecida como Doença Celíaca. No entanto, existem outras condições relacionadas com o glúten e o trigo que não se enquadram nesta doença, como a Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca (SGNC) e a alergia ao trigo.
Na alergia ao trigo, os sintomas surgem entre minutos e algumas horas após a ingestão e podem incluir manifestações graves, como anafilaxia. Nestes casos, podem ocorrer dificuldade respiratória, tosse, inchaço da boca e da língua e, em situações extremas, risco de morte.
A Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca (SGNC) é uma síndrome caracterizada por uma resposta adversa do organismo à ingestão de glúten. Os sintomas podem ser semelhantes aos da Doença Celíaca, mas não se verificam marcadores genéticos nem alterações histológicas típicas da doença, como as observadas em biópsias intestinais, nem é considerada doença auto-imune. Ainda assim, tal como na Doença Celíaca, a reação ao glúten pode envolver alguma ativação de células do sistema imunitário na mucosa gastrointestinal.
Em suma, um indivíduo pode desenvolver sensibilidade ao glúten e não sofrer de Doença Celíaca.
Doença Celíaca
A Doença Celíaca é uma condição crónica caracterizada por uma reação imunológica desencadeada pela ingestão de glúten, que provoca inflamação no intestino delgado. Trata-se de uma doença autoimune que, segundo diversos estudos, resulta da interação entre fatores genéticos, ambientais e imunológicos. Quando exposto ao glúten, o organismo do doente celíaco produz anticorpos que originam um processo inflamatório severo, danificando os tecidos intestinais. Esta resposta leva à destruição das vilosidades e microvilosidades do intestino, comprometendo a absorção de nutrientes e a saúde gastrointestinal.
Sintomas da Doença Celíaca
Os sintomas da Doença Celíaca são diversos e, em alguns casos, bastante graves. Embora variem de pessoa para pessoa, as queixas gastrointestinais mais comuns incluem diarreia, esteatorreia (presença de gordura nas fezes), perda de peso, dor abdominal, náuseas e vómitos. Por ser uma doença autoimune, pode também afetar outros sistemas do organismo, provocando sintomas extra-intestinais.
Além disso, a inflamação intestinal compromete a absorção de nutrientes, o que pode originar fadiga, anemia e outras complicações. A Doença Celíaca está frequentemente associada a patologias como neuropatia, osteoporose, dermatites, alterações musculares e, em casos mais raros, linfoma intestinal.
Embora possa surgir em qualquer idade, é comum que os primeiros sinais apareçam entre os 6 e os 24 meses de vida.
Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca
A Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca (SGNC) é uma condição em que o organismo reage negativamente à ingestão de glúten, provocando sintomas semelhantes aos da Doença Celíaca. No entanto, não se observam marcadores genéticos, alterações serológicas (apesar da possível presença de anticorpos positivos) nem alterações histológicas compatíveis com a doença.
Trata-se de uma síndrome que envolve sintomas gastrointestinais e extra-intestinais, associados a uma resposta imunológica à exposição ao glúten. Ao contrário da Doença Celíaca, a SGNC não provoca danos estruturais significativos no intestino delgado.
Apesar de ser conhecida como Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca, ainda não está totalmente esclarecido qual a fração proteica do glúten ou do trigo que desencadeia esta condição. Alguns estudos sugerem que os FODMAPs — hidratos de carbono fermentáveis presentes nos cereais — também podem contribuir para o aparecimento dos sintomas.
A SGNC apresenta uma forte correlação com o sexo feminino, com uma proporção estimada de 5 mulheres para cada homem afetado. Em relação à história familiar, investigações indicam que entre 12,8% e 18% dos pacientes com suspeita de SGNC têm familiares de primeiro ou segundo grau com diagnóstico de Doença Celíaca.
Principais sintomas da Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca
Os sintomas da Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca (SGNC) são variados e podem surgir de forma isolada ou combinada. Os mais comuns são de natureza gastrointestinal, como dor abdominal, distensão, diarreia, náuseas e gases.
Para além destes, podem ocorrer sintomas extra-intestinais, como dor de cabeça, enxaqueca, fadiga, tonturas, dores articulares e musculares, formigueiro ou dormência nos membros, dermatite, asma, rinite, alergias, depressão, ansiedade, anemia e até défice de atenção e hiperatividade.
As manifestações da SGNC podem surgir horas ou dias após a ingestão de alimentos com glúten e tendem a desaparecer com a adoção de uma dieta isenta de glúten. Em alguns casos, a recuperação pode demorar mais tempo, dependendo da sensibilidade individual.
Embora os sintomas sejam semelhantes aos da Doença Celíaca, trata-se de condições distintas. No entanto, ambas afetam significativamente a qualidade de vida dos indivíduos.
Como saber se é intolerante ao glúten?
A SYNLAB tem a solução!
O diagnóstico de Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca é estabelecido por critérios de exclusão e baseado na pesquisa negativa para Doença Celíaca, testes negativos de reação alérgica ao trigo e na presença de melhoria ou desaparecimento dos sintomas após a retirada do glúten da dieta e da sua recorrência com a reintrodução do glúten.
Contudo, é possível diagnosticar a Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca mediante a pesquisa de anticorpos específicos no sangue.
Na SYNLAB pode realizar o GLUTENTEST que determina a presença de 6 marcadores serológicos associados à resposta ao glúten:
- Ac Anti-Transglutaminase tecidular (IgG e IgA)
- Ac Anti-Gliadina Deaminada (IgG e IgA)
- Ac Anti-Endomisio (IgG e IgA)
Se algum destes marcadores estiver positivo e houver sintomas compatíveis, existe uma probabilidade elevada de intolerância ao glúten.
Como Funciona o GLUTENTEST?
- Sem necessidade de jejum
- Sem preparação especial
- Indicado para quem apresenta sintomas como dor abdominal, inchaço, fadiga ou alterações intestinais
- Resultados em cerca de 11 dias úteis
- O teste deverá ser realizado quando o doente consome glúten. Após o teste, é essencial o acompanhamento médico e nutricional para confirmar o diagnóstico e definir o plano alimentar mais adequado.
Há tratamento para a intolerância ao glúten?
Atualmente, a única abordagem terapêutica eficaz para pessoas com Doença Celíaca ou Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca (SGNC) é a eliminação total do glúten da dieta. O tratamento baseia-se numa alimentação rigorosa e isenta de glúten, que deve ser mantida de forma contínua.
No entanto, como o glúten está presente em cerca de 80% dos alimentos processados não líquidos, esta restrição pode ser difícil de cumprir no dia a dia.
Ao seguir corretamente uma dieta sem glúten, é possível restaurar a saúde intestinal e aliviar os sintomas associados à intolerância. Para além da melhoria gastrointestinal, muitos pacientes relatam um aumento significativo na qualidade de vida e no bem-estar geral.
Ao contrário dos doentes celíacos, os indivíduos com SGNC não precisam de se preocupar com vestígios de glúten, embora o grau de tolerância varie de pessoa para pessoa. Há casos em que até pequenas quantidades podem desencadear sintomas.
Se apresenta sintomas como os descritos neste artigo, não adie o diagnóstico.
A SYNLAB ajuda-o a transformar a sua relação com o glúten e a viver com mais qualidade.
Faça hoje mesmo o GLUTENTEST.
Bibliografia consultada:
• celiac.org/about-celiac-disease/what-is-celiac-disease/
• https://www.celiacos.org.pt/o-que-e/
• https://www.celiacos.org.pt/dieta-isenta-de-gluten-o-que-e/
• https://www.synlab.pt/analises-especiais/glutentest
• https://celiac.org/about-the-foundation/featured-news/2018/08/global-prevalence-of-celiac-disease/
• https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/
• Symptoms and microbiota in Non-celiac gluten sensitivity patients, FPG Correia, 2020, Faculdade de Medicina, Instituto Politécnico de Lisboa - Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa. hdl.handle.net/10400.21/15183
• https://www.sns24.gov.pt/tema/doencas-gastrointestinais/doenca-celiaca/#o-que-e-a-doenca-celiaca