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Menopausa

Saúde da Mulher

18 Oct 2024

Menopausa: não é só uma fase!

A menopausa é um processo natural no ciclo de vida feminino. Corresponde à interrupção natural dos ciclos menstruais e ao fim do período fértil. Esta é consequência da perda do património folicular funcionante do ovário resultando numa diminuição dos níveis de estrogénios. Em termos médicos a menopausa corresponde à situação de amenorreia (ausência de período menstrual) durante um ano, sem causa patológica identificada.

Logo, o que chamamos habitualmente de menopausa é, na realidade, um conjunto de fases caraterizadas pela presença de distintos sintomas que afetam a qualidade de vida da mulher.

Fique a saber neste artigo como a SYNLAB pode ajudar nesta importante fase da vida das mulheres.

 

As diferentes fases da menopausa (ou climatério)

Os termos menopausa e climatério têm sido usados indistintamente para referir todo o processo que envolve vários esta fase da vida. De um modo mais restrito, o climatério refere-se ao período de instalação da menopausa, envolvendo a perda de função reprodutiva e as modificações associadas.

O climatério inclui os estádios de pré-menopausa, peri-menopausa e pós-menopausa.

 

Pré-menopausa

Em sentido geral inclui toda a idade fértil até à menopausa. Em sentido estrito, refere-se ao período decorrido entre o início do declínio da função ovárica e a menopausa propriamente dita. Nesta fase, a mulher deteta a ocorrência de irregularidades menstruais havendo desaparecimento da regularidade das ovulações.

 

Perimenopausa 

A perimenopausa corresponde ao período variável que compreende a transição menopáusica e o primeiro ano após a suspensão do período menstrual. A transição menopáusica corresponde ao período que se inicia com as alterações da regularidade do ciclo menstrual e que termina com a última menstruação.

 

Pós-menopausa 

É o período que se inicia com a última menstruação e decorre até ao final da vida. Obviamente que o aumento da esperança média de vida, a redução da mortalidade e o aumento do envelhecimento da população portuguesa, contribuem para que a percentagem de mulheres que se encontram na fase da pós-menopausa seja cada vez mais significativa.

 

Como se faz o diagnóstico da menopausa? 

O diagnóstico de menopausa é clínico e torna-se efetivo após 12 meses da última menstruação. O médico considerará que a mulher está na perimenopausa se tem idade superior a 45 anos e apresenta manifestações como calores e afrontamentos e tem ciclos menstruais irregulares.

Para mulheres a partir dos 40 anos e com sinais sugestivos ou característicos deste período é útil determinar os níveis séricos de hormonas como a FSH e o estradiol.

 

Quais são as principais manifestações de “menopausa”? 

Os sintomas variam de mulher para mulher e mediante a fase em que esta se encontra. Assim, as principais manifestações compreendem irregularidades menstruais, afrontamentos, suores noturnos, alterações de humor, perturbações do sono, enxaquecas e "síndrome geniturinário" com manifestações variada, incluindo aumento de sensibilidade a infeções. A longo prazo podem surgir complicações cardiovasculares, maior risco para depressão e mesmo doenças neurocognitivas. Relativamente às complicações osteoarticulares, a mais relevante é a diminuição da densidade mineral óssea cuja principal consequência é o aumento do risco de osteoporose. Por isso, é importante nesta idade estar atenta aos níveis séricos de cálcio e vitamina D e ser devidamente acompanhada pelo médico para avaliação de possibilidade de suplementação com estas substâncias.

Atualmente sabe-se que existem fatores associados a maior intensidade sintomas, nomeadamente genéticos, sociais e associados ao estilo de vida. A obesidade, o tabagismo, o sedentarismo e o consumo de álcool estão associados a maior risco de sintomas e complicações.

 

Afrontamentos e suores noturnos 

Os episódios de vasodilatação cutânea da parte superior do tronco, pescoço e face, com duração variável, são dos sintomas referidos como mais incómodos.

Começam tipicamente por uma sensação súbita de calor, que tem duração 2 a 4 minutos, associada frequentemente a transpiração e palpitações. Calafrios, tremores e ansiedades podem existir em algumas mulheres. Nalguns casos, estes calores e afrontamentos ocorrem com frequência durante a noite, podendo interferir com o sono.

 

Síndrome geniturinária da menopausa 

A síndrome geniturinária da menopausa caracteriza-se por um conjunto de manifestações envolvendo as áreas da vulva, vagina, bexiga e uretra.

Nesta fase da vida da mulher, o declínio da função ovárica associado à diminuição da síntese de estrogénio faz com que ocorra secura e irritação vulvovaginal.

Além destas manifestações cínicas, podem surgir perturbações funcionais como o aumento da frequência de micções, a urgência urinária, a incontinência urinária de esforço e as infeções de repetição.

 

Função sexual na perimenopausa 

De acordo com alguns estudos as disfunções sexuais prevalentes nesta fase são o desejo sexual hipoativo (diminuição da líbido), diminuição da lubrificação, anorgasmia (perturbação no orgasmo) e dispareunia (incómodo ou dor).

Obviamente, todas estas manifestações impactam significativamente a qualidade de vida das mulheres.

 

O que pode fazer para uma vida mais saudável e com menos sintomas? 

 

  • Faça exercício físico regularmente
  • Controlo o peso e evite a obesidade
  • Opte por uma alimentação saudável e equilibrada
  • Limite o consumo de bebidas alcoólicas
  • Evite o tabaco
  • Mantenha uma vida social ativa
  • Estimule a atividade mental (lendo, ou até participando em jogos como palavras cruzadas, Sudoku, etc).
  • Use estratégias de arrefecimento: água termal vaporizada, compressas frias, ventoinhas/leques; redução da temperatura ambiente; utilização de roupa em camadas, etc.
  • Efetue tratamentos de laser ou radiofrequência para a pele e zona íntima
  • Diminua a ansiedade e o stress: técnicas de relaxamento, meditação, etc.
  • Utilize lubrificantes e hidratantes vaginais

 

Terapia Hormonal na Menopausa

 

A terapia hormonal deverá ser pelo médico assistente, de acordo com a idade, fase em que se encontra, sintomas e possíveis condições patológicas existentes. De acordo com alguns autores, as candidatas ideais para a terapia hormonal na menopausa são mulheres com sintomas moderados a graves, sem contraindicações, como histórico de cancro de mama ou endométrio, doença cardíaca, acidente vascular cerebral ou história de trombose venosa. Assim sendo, a avaliação médica é essencial para a decisão sobre esta opção. Só desta forma é possível determinar a relação entre os riscos e benefícios associados à terapia hormonal.

 

 

Estrogénios naturais: Fitoestrogénios 

Para mulheres em que a terapia hormonal é contraindicada ou não desejada, uma alternativa é o uso de preparações de origem vegetal contendo fitoestrogénios. Estes são substâncias vegetais semelhantes ao estradiol natural e que vão contribuir para minimizar os sinais e sintomas desta fase da vida da mulher. Contudo, deverá obter aconselhamento junto de um profissional de saúde antes de iniciar a toma de suplementos alimentares com estes estrogénios naturais.

 

Principais mitos em torno da Menopausa 

Ao abordar os mitos associados à menopausa, é importante desmistificar conceções erróneas com base em evidências científicas sólidas.

Todas as mulheres engordam na menopausa? 

O mito de que a menopausa leva automaticamente ao aumento do peso, não é suportado pela grande maioria dos estudos. Não há evidências de uma relação direta entre a queda hormonal e o aumento de peso.

A menopausa nunca ocorre em mulheres mais jovens? 

Outro mito muitas vezes associado é que esta apenas afeta as mulheres mais velhas. Embora a idade média da menopausa na mulher europeia seja por volta dos 51 anos, a verdade é que pode ocorrer mais cedo. Para tal contribuem fatores genéticos ou outros, como cirurgia ovariana ou tratamentos médicos como a quimioterapia.

 

A menopausa significa o fim da vida sexual? 

Este é um mito comum! Na realidade, vários inquéritos revelam que muitas mulheres consideram que a sua vida sexual melhora de forma significativa após a menopausa. Por já não estarem preocupadas com o risco de gravidez, desfrutam da intimidade de forma mais despreocupada e sem receios.

 

 

Como pode a SYNLAB ajudar?

Porque nem “todos os desafios significam bons momentos” na SYNLAB pode realizar o Check-up Menopausa. Este rastreio deteta o aparecimento precoce ou normal na menopausa. E recomenda-se para mulheres com alterações no ciclo menstrual sem causa aparente, afrontamentos, alterações vaginais, mudanças corporais e de humor. Recomenda-se a sua realização para mulheres com idade superior a 40 anos. Neste check up poderá também efetuar a avaliação da sua saúde óssea.

 

Desmistificar conceitos e minimizar os incómodos da menopausa é essencial para auxiliar as mulheres a viver esta fase de forma mais informada e tranquila.

A SYNLAB Portugal pode ajudar!

 

 

Referência Bibliográficas

  • "Menopause: Biology and Pathobiology" por Rogerio A. Lobo, Jennifer Kelsey e Robert Marcus.
  • "The Menopause Solution: A Doctor's Guide to Relieving Hot Flashes, Enjoying Better Sex, Sleeping Well, Controlling Your Weight, and Being Happy!" por Stephanie S. Faubion e Barbara L. Seaman.
  • "Menopause: A Comprehensive Approach" por Marie-France Hivert e JoAnn E. Manson.
  • Burger, H.G. (2002). "The endocrinology of the menopause". *Journal of Steroid Biochemistry and Molecular Biology*, 142(3-4), 107-111.
  • Santoro, N., & Epperson, C.N. (2010). "Meno-pause and depression: How are they related?". *Menopause Management*, 19(3), 22-27.
  • spginecologia.pt/wp-content/uploads/2021/10/Consenso-Nacional-Menopausa-2021.pdf
  • Manson, J.E., & Bassuk, S.S. (2014). "The menopause transition and postmenopausal hormone therapy". *JAMA*, 311(13), 1353-1354.
  • https://www.ordemfarmaceuticos.pt/fotos/publicacoes/e_publicacao_sgm_1813146485cfa672dd0772.pdf
  • Martins, M., Fernandes, J. L., & Costa, V. (2011). Fitoestrogénios no tratamento dos sintomas vasomotores da peri e pós-menopausa. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar27(5),444–50. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v27i5.10887
  • Simón A., Síndrome Geniturinária Da Menopausa, CIM (Ordem dos Farmacêuticos), junho 2019